quarta-feira, 15 de março de 2017

Semeadores de Maravilhas, Parte 3 - Quase


Não foi preciso muito tempo para que ele se desse conta de que “gostava” - por esse “gostar” entenda-se apaixonado mesmo - da Mel.  Mudou a motivação para chegar ao colégio, e logo as disputas de tênis de mesa foram abandonadas. Agora ele ficava esperando por ela no mesmo local onde a viu pela primeira vez.

Colegas passavam, cumprimentavam e chamavam para um café antes da aula – por que ela demora tanto para chegar??? – que ele acabava aceitando e bebia rapidamente na lanchonete do Natal, sem tirar os olhos do portão da entrada.

Tão logo se encontravam, já tomavam seus lugares nos degraus da escada, em conversa que só terminaria no final da aula. Em sala eles até “prestavam atenção” nas matérias, e (quase) não colavam nas provas.

Foi um ano feliz. Uma grande empatia, amizade e cumplicidade nasceu desses dias no Liceu. Tin não via o momento de chegar a segunda-feira para poder revê-la. Foi à partir desse sentimento que num sábado ele resolveu encontrá-la e abrir seu coração. Saiu à noite determinado e com a certeza de que a encontraria na discoteca em que ela costumeiramente ia dançar nos finais de semana.

Saltou do ônibus no final da rua onde morava Mel, e com uma sensação de frio na barriga e suor nas mãos, começou a caminhar pensando como e o que falaria quando à encontrasse.

E nesse momento foi surpreendido por uma daquelas chuvas torrenciais que desabam do nada, justamente quando não se acha um lugar para se abrigar. Totalmente ensopado ele decidiu voltar para casa, adiando mais uma vez o que queria tanto dizer para ela...

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