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sábado, 13 de agosto de 2016

Despedidas Doem

(Adaptado da crônica Pessoas Passageiras, de Renata Pasini)

"Pelo menos uma vez na vida já fomos testemunhas de despedidas em rodoviárias. Entre cada beijo apaixonado e abraço confortante nunca existirá uma grande distância entre estes corpos.

Rodoviárias não dividem pessoas por países, dividem por linhas históricas. Na maioria das vezes, o próximo beijo acontece em menos de uma semana. Mas somos feitos de saudades antecipadas, de beijos longos em cada partida, que prezam a continuidade na mente.

Entre cada caminho as pessoas não se despedem apenas de outras pessoas, se despedem de conflitos, de defeitos e incertezas.

Mágoas que talvez eram tão existentes naquele final de semana, são abandonadas no próximo box. Toda história vivida na rodoviária é mais intensa. Desde a mão que escorre na janela com desejo guardado no peito, até o abraço apertado que foi dado no último minuto, mas que valeu a viagem inteira.

A rodoviária é a lembrança da distância, é o entendimento do quanto é bom estar perto. Amores de idas e vindas, muitas vezes passageiros, outras vezes, apenas amores... de longas estradas."

Eu cada vez mais peço que não ocorram mais despedidas, mas REENCONTRO.

Detesto despedidas. Elas doem. Muito.

Sinto falta que o teu amor me faz.
 13/08/2016

domingo, 27 de março de 2016

Vinte e Três

imagem: Google

Ainda era madrugada e ele fitava o relógio, na dúvida entre ligar ou não, querendo ser o primeiro a lhe desejar parabéns.

Vencido pelo receio de interromper seu sono, desistiu da ideia com uma ponta de frustração e tenta se aproximar do sono sem conseguir conter as batidas aceleradas do coração pela ansiedade do amanhecer que separa as poucas horas de descanso, até finalmente teclar os números, ouvir as infindáveis três chamadas e escutar o "- oi..." do outro lado da linha.

O dia segue com o desejo de voltarem a se falar, pensamentos sobre como estaria sendo o seu dia, os momentos que poderiam viver juntos, os abraços que tanto ansiava.

Para amenizar a dor da distância, ele vai ao parque da cidade para uma longa e reflexiva caminhada, olhos fechados e respiração profunda, intercalando o andar com corridas rápidas na expectativa de que cada passo pudesse levá-lo até ela, acelerando à exaustão, até abrir os olhos também na esperança de vê-la sentada no próximo banco, enquanto versos ecoavam em sua mente, enchendo-lhe os olhos: "teus pelos, teu gosto, teu rosto, tudo..."

E caiu, rendendo-se ao cansaço e à saudade.

Distância também dói. E muito.