imagem: Google
Ainda era madrugada e ele já fitava o relógio, na dúvida entre ligar ou não, e ser o primeiro a lhe desejar parabéns.
Vencido pelo receio de interromper seu sono, desistiu da ideia com uma ponta de frustração e tenta se aproximar do sono, sem conter as batidas aceleradas do coração pela ansiedade do amanhecer que separa as poucas horas de descanso, até que finalmente teclou os números, ouvindo as infindáveis três chamadas e escutar o suave "-oi..." do outro lado da linha.
O dia segue com o desejo de voltarem a se falar, pensamentos sobre como estaria sendo o seu dia, os momentos que viviam juntos, os abraços que tanto ansiava.
Para amenizar a dor da distância, ele vai ao parque da cidade para uma longa caminhada, olhos fechados e respiração profunda, intercalando o andar com corridas rápidas na expectativa de que cada passo pudesse levá-lo até seus braços, acelerando à exaustão, até abrir os olhos também na esperança de vê-la sentada no próximo banco, enquanto versos ecoavam em sua mente, enchendo-lhe os olhos: "teus pelos, teu gosto, teu rosto, tudo..."
E caiu, rendendo-se ao cansaço e à saudade.
Distância também dói. E muito.
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