Cheguei em meu apartamento depois de levar a cachorrinha para nosso passeio noturno diário, onde ela sai farejando tudo e eu espaireço meus pensamentos. De tanto repetir essa rotina, acho que ela já compreende o quanto esse momento nos é necessário, e assim me acompanha sempre silenciosamente.
A claridade da lua cheia estava convidativa para uma longa caminhada, porém o horário era adiantado e eu havia prometido não me demorar muito, o que me fez voltar logo.
Joguei as chaves sobre a mesa iluminada pela pequena luminária em forma de lampião do meu "canto Baccio". Fui até o aparador e servi uma taça de vinho enquanto ligava o player para ouvir alguma música nesse final de sábado.
É óbvio que eu estava provocando a minha saudade. Há uma semana, nesse mesmo horário, estava vivendo um momento de plenitude de sentimentos que agora inunda meus pensamentos com o desejo incontrolável de voltar no tempo para experimentar tudo outra vez.
O vinho é um Baron D'Arignac, safra 2018, que servi ouvindo o dueto de Chris Botti e Andrea Bocelli...
"E passione forte che mi fa soffrire per amore
Ogni volta che io mi allontano so
che noi ci apparteniamo ancora un po di piu.
La strada dove io bambino restero
Dentro a questi sogni di musica
Libero di vivere la vita che vorrei.
La mia musica e per te immenso amore mio
questa melodia nasce dentro me sempre piu
la nostalgia che ho di te amore..."
(Meu Deus, que linda música. Preciso que ela ouça!!!)
Apoiando a cabeça no espaldar da poltrona, fechei os olhos e sentindo apenas o peso da taça de vinho na mão, respirei fundo.
A cachorrinha, sentindo a solidão desse meu momento, saiu de sua cama e deitou-se aos meus pés. Fiz uma pequena carícia com meu pé sobre seu dorso e agradeci seu gesto de fidelidade.
Ao final do CD, olhei pela janela e contemplei mais uma vez o luar. Sussureando, desejei um "boa noite" enquanto fechava a persiana.
Com muito amor e saudades...
20/04/2019 - 1 semana depois
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