domingo, 30 de outubro de 2016

Pelas Bancas da Cidade


Durante uma conversa, ele deixa saber que deseja comprar uma miniatura de F1, representativa por haver sido o último carro pilotado por Ayrton Senna em 1984.

Ela ouve atenta e pede que lhe avise quando estivesse disponível, pois em sua cidade era certo que o item chegaria primeiro às bancas e revistarias.

Algumas semanas depois, ele a avisa por mensagem, que a edição já estava circulando e na mesma sexta-feira ela sai para ir buscar a encomenda. Não encontra na primeira opção planejada, e começa uma pequena peregrinação que só termina depois de passar em pelo menos outras dez bancas e depois de pedir para mais três pessoas próximas lhe ajudarem.

Tudo porque segundo ela, era algo que ele quisera muito. 

Quando ela liga e conta para ele que havia conseguido, seu coração se encheu de alegria. Não só pela miniatura em si, mas pelo gesto, afeto e carinho que ela, mais uma vez lhe proporciona, desacostumado que estava com atitudes como aquela.

Então ele sorriu. E seu dia cinza se encheu de todas as cores...

28/10/2016

Um Gole de Café


Antes meus dias começavam

Depois de um gole de café.

Primeiro uma xícara.

Depois um copo ou caneca.

Mas hoje

Nada me traz felicidade

Se antes

eu não ouvir

A tua voz...

30/10/2016 

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Menina Forte (2)


Menina forte, menina forte...

Início de uma nova jornada! 
Não tema, siga confiante em seu potencial, mantenha sua essência de segura no que faz, sempre acreditando buscando e alcançando novas conquistas.

No dia-a-dia, avalie suas ações, respeite opiniões e ame intensamente o seu trabalho, sempre com os pés firmes no chão, pois como diz o provérbio, "em todo trabalho dedicado há proveito". 

Que Deus te guarde em todos os seus passos...
R. 28/10/2016

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Fazendo a Barba


De volta da academia e ainda muito cedo para encerrar o dia - 22 horas -, ele resolve regar as plantas do jardim. Sem pressa, observa como já haviam florido desde que as sementes brotaram nos copos, e como era bom apreciar o resultado dos cuidados diários.

Sem pressa, o relógio parecia estar parado no tempo, ele sobe para o banho antes de ir dormir. Os minutos custam tanto a passar que ele resolve se barbear.

De frente para o espelho, ele é inexoravelmente transportado para aquele quarto de hotel.
Entre uma passada e outra da lâmina, vai comparando os momentos, os cuidados agora não tão necessários nem a preocupação em deixar o rosto bem barbeado. Para agora, apenas dar um fim na barba cerrada já bastava. Só não conseguiu evitar um pequeno corte no lóbulo da orelha esquerda, que lhe arrancou um sorriso pelo comentário que ela faria pelo gesto estabanado.

Mas hoje ela não estaria ali lhe esperando no quarto. Então ele se deita e fecha os olhos,  e seu pensamento antes de dormir foi a lembrança daqueles momentos.

 27/10/2016

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Lembranças


(autor desconhecido)

 14/10/2016

Partidas



Eu nunca entendi bem as lágrimas nas despedidas.

Despedidas nas rodoviárias, aeroportos e na rua de casa sempre eram motivos de alegria infantil pelos que partiam, deixando a recordação de bons momentos e a esperança de um breve retorno para novos tempos de bom convívio, conversas, brincadeiras e descontração.

Depois, quando via meu pai partido em viagens de trabalho, ficava acenando até o carro sumir na curva da rua, e permanecia contemplando o pôr-do-sol da tarde de domingo. Mas não sentia tristeza. Sentia uma saudade que em poucos dias seria resolvida com o seu retorno para o final de semana.

Já adulto, passei a ter outra perspectiva. Algumas partidas, quis o destino, não tiveram encontro de volta com alguns amigos e também com o meu pai. Dessa vez, eu é quem havia saído em viagem e no retorno não os encontrei mais. Tudo bem, o tempo nos concede força resiliente.

Mas, de uns tempos para cá, têm sido diferente. Os encontros vêm com o sopro da canção do Milton: "me dê um abraço, venha me apertar, tou chegando..." mas a despedida, agora, tem doído. De fazer virar o rosto para a janela e tentar disfarçar a falta que vamos sentir até o novo encontro, o próximo beijo e o calor do abraço.

Dessa vez, as lágrimas aconteceram também do lado de fora da janela, traduzindo a saudade que eu já estava sentindo desde que minha visão no portão de embarque não a alcançou mais.

O pôr-do sol, eu contemplei do céu.

E mais uma vez precisei ficar longos minutos olhando para fora.

Agora eu entendo bem por que elas acontecem...

 17/10/2016

sábado, 22 de outubro de 2016

Inventamos Borboletas


a tua sensibilidade 
me mostra 
borboletas 
onde enxergo plantas.

a minha saudade
me leva
ao jardim
de onde as inventamos

22/10/2016

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Quando Bate Aquela Saudade

(Rubel)

É você que tem
Os olhos tão gigantes
E a boca tão gostosa
Eu não vou aguentar

Senta aqui do lado
E tira logo a roupa
E esquece o que não importa
Nem vamos conversar

Olha bem, mulher
Eu vou te ser sincero
Quero te ver de branco
Quero te ver no altar

Não tem medo, não
Eu sei, vai dar errado
A gente fica longe
E volta a namorar depois

Olha bem, mulher
Eu vou te ser sincero
Eu tô com uma vontade danada 
de te entregar todos beijos que eu não te dei
E eu tô com uma saudade apertada de ir dormir bem cansado
E de acordar do teu lado pra te dizer
Que eu te amo
Que eu te amo demais

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Sair Para Caminhar




Desfoco a imagem que viu a bela

Para que meu imaginário nos coloque 

No lugar dos namorados saindo da escola.

Às dez e trinta e seis

grito teu nome em silêncio.

Atende...

 03/10/2016

domingo, 2 de outubro de 2016

Mirante



Subi ao mirante que imaginei

Do alto contemplei o vale e as luzes da cidade

Procurei minhas duas estrelas que são os teus olhos.

E senti o vazio que tua ausência me traz

Preciso me aquecer 

No calor da tua companhia.

02/10/2016

sábado, 1 de outubro de 2016

Música Para Acampamento


Há tempos que Natan desejava realizar um antigo sonho, que era acampar.  Acampar sozinho, experimentar a sensação de não depender de ninguém além de si próprio para fazer todas as coisas do dia, desde o acordar.

Boa parte disso já compõe sua rotina porém de forma entediante, e por isso, com o aproximar de um feriado prolongado, desta vez ele não hesitou e iniciou os preparativos. Pesquisou locais, conseguiu uma barraca, comprou colchonete e suprimentos para alguns dias em contato com a natureza.

Na madrugada de quinta-feira, o despertador alardeia que é hora de partir para a aventura. e ele que já havia deixado tudo pronto desde a noite anterior, toma um café, entra no carro e vai para a estrada ainda no escuro da madrugada. Céu claro, nenhum trânsito e uma música country embalam a viagem até o Vale da Pedras, na Serra da Mantiqueira, numa pequena reserva de Mata Atlântica.

A viagem dura poucas horas e ainda de manhã ele já se instala próximo ao mirante, que lhe possibilitará uma excelente visão de todo o vale. A fenda entre as montanhas parece haver sido desenhada para emoldurar aquele quadro diário, ao som das águas da cachoeira distante poucos metros, e do cantarolar de pássaros da região.

Tudo arrumado, ele sai para um passeio pelos arredores, que termina com um banho nas águas geladas do rio. Ao voltar, percebe haver outra barraca instalada bem próxima a sua. Ficou intrigado pois o espaço no mirante era tão amplo... Mas tudo bem, até por questão de segurança naquele local ermo, seria preferível mesmo dividir o espaço com mais pessoas.

Notou que seu vizinho era uma pessoa experiente em acampamentos, pois estava tudo organizado de forma bem prática, que ele não teve como não copiar algumas idéias que acabara de ver, e sentou-se para ler um livro. Recostado na mochila, acaba cochilando até ser acordado horas depois, por mãos que se colocam sobre seus olhos, como naquela brincadeira de criança.

Eram mãos femininas, suaves e com um leve aroma de ameixas. Rapidamente o susto pela inusitada surpresa vai passando e numa fração de segundos ele tenta adivinhar quem poderia ser, já que não comentara com ninguém deste seu acampamento. Mas o aroma do perfume não deixou dúvidas e ele se virou rapidamente, quase não acreditando ser ela.

Seus olhos se encontraram e um sorriso mútuo os dominou.
"- Mas como você descobriu??" ele perguntou, ainda sem acreditar em seus olhos.

"- Eu não descobri, meu querido. Eu apenas vim. Sabia apenas que seria especial, o que  confirmei quando reconheci seu carro estacionado lá embaixo quando cheguei.
Agora vem, vamos ver o nosso pôr-do-sol..."

Guardaram tudo na barraca dele e, mãos dadas, caminharam para o mirante onde puderam contemplar o pôr-do-sol sem nenhuma porta ou janela de aeroporto.

Apenas o céu, e sem terem que se despedir,..
01/10/2016 (12...)