Corria monótono o final de semana para Richard e Elise.
Separados pela longa distância, o conforto de ambos eram os momentos em que podiam conversar ao telefone, até mesmo quando ele a acorda apenas para ouvir seu bom dia sonolento. Depois já no trânsito, eles se comunicam novamente e passam as horas em suas ocupações até enfim finalizarem suas atividades, e poderem novamente ouvirem-se.
Com a tarde chuvosa, Richard se depara com livros de poesia encontrados sob poeira em uma das prateleiras de sua estante e acha ali inspiração para compor versos para sua querida, numa forma de expressar o quanto deseja que passem rápido os dias que os separam do próximo encontro, já combinado. Para ilustrar, ele utiliza uma foto enviada há quase um ano para ela, quando em viagem de negócios, viu estampado em um caminhão uma imagem que simboliza seus nomes. Na legenda, a data do registro.
Foi o suficiente para Elise entender que ele estava antecipando sua ida, para uma data em que ela não teria todo o tempo para ficarem juntos como planejado. Numa fração de segundo, ela já visualizou toda a cena, alterou sua agenda sem conseguir conter um enorme arrepio e, de novo, sentir as borboletas no estômago comuns nestes momentos que antecedem seus encontros.
Debaixo de uma leve chuva, ele atende o telefone e ouve sua voz ansiosa por notícias.
"- Sim meu amor, eu não consegui aguentar mais tanto tempo longe e estou antecipando a minha ida...Sei que não gosta de surpresas, mas desta vez não me contive. Você tem seu compromisso, eu sei, mas eu te aguardo pelo tempo que durar, e depois nós teremos o restante do final de semana juntos, ok?.... Eu levo o vinho. Um beijo com muita saudade...."
Foi o que ele conseguiu dizer antes de ter que acelerar o passo para escapar da chuva agora mais intensa, voltando para o apartamento ensopado, mas feliz com o suspirado "te espero, então, meu querido, um beijo..."
28/08/2016
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