Imagem: Google
O despertador cumpria a sua tarefa, que ele interrompeu logo no início, visto que já havia acordado e a admirava na cama. Não queria acordá-la. Não queria tirá-la daquela paz do sono da manhã. Como ficam tão belas as pessoas que amamos quando dormem. Nenhuma palavra se faz necessária.
Admirá-la: a mais silenciosa maneira de amar.
De pé, ele vislumbrou o longo caminho até a sua boca, seus olhos e ouvidos. Desceu o olhar até o tornozelo.
Naquele instante, ele era apenas um ser contemplando...
Talvez por causa do calor a aninhar-se pelos cantos do quarto, ela se virou lentamente e em seguida aquietou-se.
À sua frente ele a olhava fixamente fitando seu rosto. Percorreu todo até encostar seu corpo junto ao dela esperando que despertasse a percebe-lo pelo canto do olho ao presenteá-la com as palavras construídas depois daquela jornada contemplativa num leve sussurro:
- Eu te amo...
Adaptado da prosa poética "A Moça Nua na Cama" em Semente da Saudade, Carlos Edu Bernardes, 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário