segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Caixa

Imagem: autor

Em algumas circunstâncias, a vida se assemelha a uma caixa.

Nela, vamos guardando em outras pequenas caixinhas, tudo aquilo que vivemos: alegrias, sentimentos, saudades, tristezas, realizações, decepções, paixões e momentos. 

Por que, com que finalidade?  Nunca sabemos ao certo, apenas acreditamos que "um dia poderei precisar disso ou daquilo, sei lá...", até que por estar sobrecarregada, ameaça transbordar e é preciso se desfazer daquilo que na verdade nunca deveríamos haver mantido, (e de repente nunca foi)  necessário guardar, não fosse nossa insistência em manter um inexplicável "apego" ao que boa parte na verdade,  somente serviu para trazer lembranças desagradáveis.

Nesse momento, o melhor que se pode fazer é esvaziar tudo, guardando apenas o que se considera caro não pelo valor, mas por sua representatividade e importância em nossas vidas.

Uma caixa nova é então a melhor opção. Simples, sem decoração ou pintura cara, mas que represente a renovação de guardar aquilo que realmente interessa e faz bem.  Escolha uma tinta de seu agrado e faça todo o trabalho para que ao final, ela possa receber os itens mais importantes para a nova fase. 

Limpe, tire as arestas e lixe para que a madeira absorva bem a camada de tinta para proporcionar além da estética, a melhor proteção para o que for ali depositado, e quando secar e os seus bens forem enfim colocados, a primeira sensação será uma grande satisfação pelo que você acabou de realizar, e depois, a alegria de ter de volta, agora longe da cobiça destrutiva alheia, tudo o que lhe é tão caro.

Feito isso, desfrute, cuide bem e principalmente, compartilhe e viva sua felicidade com quem lhe conduziu para o novo "você", pois não fosse assim, certamente sua velha caixa estaria pesada, difícil de transportar pelos dias à seguir, e pior de tudo, sempre trazendo à memória o que não lhe faz bem.

Um brinde ao amor que inspira!

R. 07/09/2020

Pão

Imagem: autor
 

Eu nunca havia feito pães...

Talvez faltasse o estímulo:
colocar as mãos na massa,
esperar crescer, 
assar e saborear

Eu nunca havia amado assim...

Talvez faltasse a quem:
deixar o coração sentir,
esperar encontrar,
permitir e viver


Hoje eu fiz o pão

Hoje eu tenho você

R. 07/09/2020