Tu que navegaste no mar de Paraty
Me trouxe lembrança e saudade
Da foto contemplando
Que eu (ainda) não vi
Para Você
(autoria desconhecida)
"Quando me deste aquela orquídea bela,
Eu te adorei; senti-me luz, estrela!
Disseste: "aceita a flor que é tua irmã";
eu aceitei-a e meditei sorrindo".
Mirei a caixa azul, a caixa e a fita
que encarceravam a roxa parasita
Encolheu-se em meu peito o coração
preso nos elos de um pressentimento,
estranho alerta e estranho sentimento.
Botei no gelo a flor. Naquele inverno
a flor marcava o meu momento eterno,
meu minuto parado na distância.
Ficou ela no frio embalsamada
dentro da caixa, quieta, abandonada.
Passaram-se dois anos. De repente
eis nos teus olhos brilho diferente
daquele brilho costumeiro e antigo
sempre encontrado na expressão do amigo.
E ouvi vindas de ti, vozes vibrando,
sugerindo, querendo, desejando.
Confesso que de início me quedei
sujeita a mil receios. Bem; não sei!
Depois senti meu rosto nos teus beijos,
a tua boca incendiando meus desejos.
Foste todinho meu, fui toda tua,
viajamos ao nirvana, ao sonho e à lua."