E mais uma vez aqui estou no avião que acabou de decolar, rosto voltado para a janela, porém de olhos fechados, segurando no peito a tristeza por mais uma vez deixá-la.
Desde cedo ao arrumar minha mochila, já pressenti o quanto seria difícil esse momento. Porta recostada, um nó na garganta enquanto dobrava a última peça de roupa e a dor no coração pela saudade que já tomava conta da minha alma.
Escrevi para ela um bilhete, que coloquei em sua bolsa como uma surpresa para ela descobrir mais tarde.
Eu, levo a lembrança dos momentos que ela me proporcionou e do amor que me entregou. A solidão que sinto agora é maior do que as nuvens que enxergo até o infinito do horizonte.
Essa noite não terei a sua mão acariciando meu peito enquanto assistimos um filme antes de dormir e nem suas pernas entrelaçadas às minhas para nos aquecermos do frio da madrugada, e tampouco poderei lhe dar um beijo silencioso quando ela ressonar de madrugada.
Daqui da ultima fileira do avião contemplo a grandeza do "conceito aberto" que é o céu à dez mil metros de altitude, onde ninguém irá ver as lágrimas que não consigo segurar à cada viagem para longe da minha vida.