Eles estão juntos... como não aconteceu antes, quando a juventude lhes roubava o fôlego com sonhos impacientes e desejos urgentes, mas como agora: adultos, experientes, carregando consigo a bagagem de tudo o que viveram e a certeza do que querem.
O olhar dele, porém, não mudou. Descobriu que aquele sentimento jamais o deixou. Apenas adormecera escondido nas entrelinhas do tempo, aguardando a chance de despertar para ser vivido. E quando seus caminhos se encontraram, percebeu a que o amor nascido na adolescência possui a mesma força de antes.
Muitas vezes ele viaja em devaneios vivendo ao lado dela nos dias leves da juventude, com menos preocupações e mais vitalidade. Sonha com os dois caminhando juntos no auge de sua beleza e frescor e carregando a coragem típica dos jovens. Um quadro imaginário que, embora nunca tenha sido vivido, tornou-se parte de sua história, tamanho o sentimento que ele tem por ela.
Mas hoje eles sabem que o tempo não os castigou e sim ofereceu-lhes uma segunda chance. Agora eles podem viver o amor de forma plena, com a consciência de quem entende que cada momento é precioso. Não há mais pressa, não há mais distrações: apenas a entrega ao sentimento que sempre esteve ali.
E ela… ela continua linda. Permanece feminina, delicada, misteriosa, e é motivo constante de sua paixão e desejo. Ele a olha e enxerga não apenas a mulher de hoje, mas também a jovem por quem um dia ficou perdidamente apaixonado, ambas reunidas em um só encanto.
Assim, o reencontro não é apenas um retorno ao passado. É a celebração também do presente, o reconhecimento de que o amor verdadeiro nunca se perde. Pode até não ser visto, mas quando retorna, vem mais forte, mais inteiro, mais real.
Porque amar afinal é isso: uma semente que o tempo pode adormecer, mas nunca destruir. Porque nunca será tarde.